sábado, 15 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Papéis dos Estudantes e Interacção
- Relativamente à Distância Transaccional, já foi feita uma abordagem a esta teoria, numa postagem publicada em Outubro de 2008.
Existem quatro tipos de interacção: aluno-conteúdo, aluno-instrutor, aluno-aluno e aluno-interface. Dos vários modelos e esquemas de codificação para a interacção online, é de referir o modelo de Gunawardena e colegas(1998) que constitui cinco fases de construção do conhecimento:
- Partilha/comparação de informação;
- Descoberta e exploração da dissonância ou inconsistência entre ideias,
- Negociação de significado/co-construção de conhecimento;
- Teste e modificação de sínteses propostas ou co-construção; e
- Afirmação de acordo/aplicação de significados recentemente construídos.
- A Presença Social é constituída por elementos fundamentais como: a intimidade, a proximidade e a satisfação dos estudantes.
Short e al (1976), apontam a intimidade, determinada por respostas pessoais com sorrisos e contacto visual, e a proximidade, determinada por interacções verbais e não verbais, como elementos de presença social, resultado dos participantes e do meio que os envolve. Nem todos os participantes actuam da mesma forma, cada um agarra as oportunidades de modo diferente, consoante os diversos meios e como lhe são apresentadas as diferentes oportunidades de intimidade e de proximidade.
Gunawardena e Zittle (1997), fazem referência ao impacto que o conceito de presença social tem na satisfação dos estudantes em relação ao ensino à distância. Foram feitas várias pesquisas e experiências com estudantes e constatou-se que a presença social parece provável de ser um factor importante para a aprendizagem e satisfação dos estudantes em cursos à distância, não ficando claro de que forma traz impactos à mesma. Os estudantes geram a presença social através da natureza e conteúdo da sua participação, elemento essencial tanto no seu grau de satisfação como no de aprendizagem. É necessário estabelecer presença social no início dos cursos e continuar a mantê-la ao longo do tempo, dado que a tendência é a de decréscimo de participação por parte dos estudantes. Estes, valorizam as discussões entre o professor e o grupo de estudantes, sendo a estrutura do curso um factor relevante para o debate.
A presença social é sustentada pela natureza da discussão, a sociabilidade nas aulas online e a participação do professor que exerce um papel fundamental em todo o processo, pois transmite um feedback fidedigno ante a exposição dos conhecimentos adquiridos.
Educação Online
Na área da educação os avanços tecnológicos vieram proporcionar métodos de ensino inimagináveis há três décadas atrás. A aprendizagem online é o passo mais recente no processo educativo, quer ao nível do ensino superior, quer ao nível do ensino não superior. Embora a oferta dos cursos à distância oferecidos pelas Universidades remonte a 1890, foi a partir de 1990 que os cursos online surgiram como um fenómeno novo. Com o advento da educação online é crucial que se questione a função interactiva do professor, o papel que vai assumir aquando do início da aula online, e saber como a natureza do conteúdo das aulas vai influenciar o ensino e a aprendizagem à distância. Contudo, é necessário ter em conta os papéis dos estudantes e as interacções com todos os intervenientes do processo educativo.
Os conceitos importantes na investigação sobre o ensino e a aprendizagem online podem ser discutidos em quatro grandes categorias: função e interacção dos estudantes; função e interacção dos professores; colaboração e comunicação online; e novas ferramentas de apoio à formação online.
sábado, 8 de novembro de 2008
Comunidade e colaboração Online
Os investigadores e os instrutores encaram a aprendizagem como uma actividade social, que pode ser enriquecida e fomentada com a participação e a colaboração entre e de todos os intervenientes através dos meios tecnológicos de que dispomos actualmente. Quando não existe esta interacção colaborativa, usufruindo das novas tecnologias como a Internet, estamos a desperdiçar recursos fundamentais para a promoção do processo de ensino-aprendizagem. A comunidade e colaboração são constructos que andam a par, ou seja, a comunidade é evidenciada pela colaboração, e o sucesso da colaboração depende da existência da comunidade.
A natureza assíncrona da Web permite e requer uma aprendizagem cooperante, de modo a que todos os alunos se sintam motivados a participar activamente, partilhando ideias tanto pessoais como académicas. Através dos fóruns de discussão ou em outra forma de conferência em rede, esta interacção é possível a qualquer momento.
Vários autores fazem referência à colaboração como prova de existência de uma comunidade. A interdependência entre os estudantes, apoiando-se mutuamente em vez de competirem entre si, a síntese de informação em conjunto e a independência do instrutor, constituem elementos-chave para a colaboração. Para os investigadores, as aulas online com colaboração ou comunidade representam um modelo que focaliza a construção do conhecimento e não a mera distribuição de informação.
A interacção entre os estudantes é um factor fundamental de comunidade em aulas online.
No Congresso Internacional de Educação a Distância, no Rio de Janeiro, Brasil - XII CREAD MERCOSUL/SUL, encontramos uma tese interessante sobre Abordagens educacionias baseadas em dinâmicas colaborativas on line http://www.cread2008.com.br/programacao/trabalhos/993.pdf
sábado, 11 de outubro de 2008
Distância Transaccional
Qualquer método de ensino à distância transaccional pode variar consoante a forma como o curso está organizado e colocado à disposição. Quanto maior houver uma componente de diálogo entre o instrutor e os estudantes, ou seja, mais discussões síncronas, menor é a distância transaccional (baixa estrutura, elevado diálogo). No caso de haver mais estrutura providenciada pelo instrutor, o que significa menos controlo do estudante sobre a sua aprendizagem, menos compromisso com o conteúdo e ausências de discussão nas aulas, estamos perante uma longa distância transaccional (elevada estrutura, diálogo baixo).
Um outro factor que interage com o diálogo e a estrutura é a autonomia do estudante, que é vista como o nível de controlo deste sobre o planeamento, execução e evolução do seu próprio trabalho. Os vários factores juntos formam o modelo, chamado a teoria da distância transaccional, útil para compreender o papel do aprendiz e a forma como este se relaciona e responde com as aulas de educação à distância. Nesta perspectiva os constructos referenciados foram explorados por diversos investigadores, entre eles os abaixo indicados:
- Seba e Shearer(1994) testaram o conceito de distância transaccional promovendo um modelo dinâmico em que as variáveis incluíam o controlo do instrutor, designado como directo ou indirecto e o controlo do aprendiz, designado como activo ou passivo. O controlo do instrutor determinava valores para a estrutura, enquanto que o controlo dos aprendiz determinava os valores para o diálogo.
- Garrison e Baynton(1987) exploraram o conceito de autonomia do estudante, sugerindo que é uma função da independência, poder e suporte e clarificaram que os constructos de independência e autonomia foram mal definidos e o seu uso é orientado mais para os fins de educação à distância de adultos do que para resultados bem demarcados. Os autores sugerem, ainda, que as dimensões usadas para autonomia (independência, poder e suporte) e os elementos de distância transaccional (diálogo, estrutura, autonomia) estão interligados de tal modo que progressos em estrutura podem nem sempre significar perda de autonomia.
Dos vários estudos encontrados, nenhum explora o significado ou as implicações da distância transaccional ou os constructos relacionados com estes na aprendizagem dos alunos, satisfação ou motivação destes.