sábado, 11 de outubro de 2008

Distância Transaccional

A teoria da distância transaccional foi definida por Moore, em 1980, como função do diálogo e da estrutura.

Qualquer método de ensino à distância transaccional pode variar consoante a forma como o curso está organizado e colocado à disposição. Quanto maior houver uma componente de diálogo entre o instrutor e os estudantes, ou seja, mais discussões síncronas, menor é a distância transaccional (baixa estrutura, elevado diálogo). No caso de haver mais estrutura providenciada pelo instrutor, o que significa menos controlo do estudante sobre a sua aprendizagem, menos compromisso com o conteúdo e ausências de discussão nas aulas, estamos perante uma longa distância transaccional (elevada estrutura, diálogo baixo).

Um outro factor que interage com o diálogo e a estrutura é a autonomia do estudante, que é vista como o nível de controlo deste sobre o planeamento, execução e evolução do seu próprio trabalho. Os vários factores juntos formam o modelo, chamado a teoria da distância transaccional, útil para compreender o papel do aprendiz e a forma como este se relaciona e responde com as aulas de educação à distância. Nesta perspectiva os constructos referenciados foram explorados por diversos investigadores, entre eles os abaixo indicados:
  • Seba e Shearer(1994) testaram o conceito de distância transaccional promovendo um modelo dinâmico em que as variáveis incluíam o controlo do instrutor, designado como directo ou indirecto e o controlo do aprendiz, designado como activo ou passivo. O controlo do instrutor determinava valores para a estrutura, enquanto que o controlo dos aprendiz determinava os valores para o diálogo.
  • Garrison e Baynton(1987) exploraram o conceito de autonomia do estudante, sugerindo que é uma função da independência, poder e suporte e clarificaram que os constructos de independência e autonomia foram mal definidos e o seu uso é orientado mais para os fins de educação à distância de adultos do que para resultados bem demarcados. Os autores sugerem, ainda, que as dimensões usadas para autonomia (independência, poder e suporte) e os elementos de distância transaccional (diálogo, estrutura, autonomia) estão interligados de tal modo que progressos em estrutura podem nem sempre significar perda de autonomia.

Dos vários estudos encontrados, nenhum explora o significado ou as implicações da distância transaccional ou os constructos relacionados com estes na aprendizagem dos alunos, satisfação ou motivação destes.

Embora a teoria da distância transaccional tenha potencial para ser correlacionada com os resultados obtidos nas diferentes variáveis, tem funcionado como teoria descritiva mais do que preditiva.

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